A
mancha denominada AR 2781 marca o que especialistas já sinalizavam: o novo
ciclo de atividade solar. Em setembro passado (2020), cientistas da Nasa
confirmaram o início deste que é o 25º ciclo solar.
As
manchas solares são áreas na superfície do Sol com temperatura menor que a
média local, originando assim, áreas mais escuras em comparação à outras áreas
da superfície da nossa estrela.
Elas
apresentam um grande e concentrado campo magnético, mantendo a matéria na forma
de plasma, ou seja, um estado da matéria quente e eletricamente carregado.
Quando estes campos magnéticos se rompem, eles podem lançar matéria ao espaço,
no que chamamos de ejeção de massa coronal. Muitas destas partículas chegam à
Terra, e a ocorrência de auroras boreais são exemplos desta interação.
O
ciclo solar é o fenômeno em que a mínima e a máxima atividade solar ocorrem.
Estes ciclos acontecem em intervalo de aproximadamente 11 anos, e o último
mínimo solar foi observado em dezembro de 2019, indicando o início da nova
etapa. Geralmente, quando o Sol está em seu período considerado de mínima
atividade, as manchas solares são raras ou quase inexistentes. Diferentemente,
os picos de máxima atividade são caracterizados pela reincidente ocorrência das
manchas. Há quase um ano elas praticamente não apareciam, e quando ocorriam
eram bastante pequenas. Os mínimos e máximos solares não tem relação com a
força com que o campo magnético será emitido, mas com a quantidade de manchas
que surgirão, o que caracteriza uma maior ocorrência de atividade magnética, ou
seja, uma maior quantidade de eventos.
É
importante lembrar que os ciclos são naturais e não cessam, salvo quando nossa
estrela chegar em sua fase final, daqui cerca de 4,5 bilhões de anos.
De
acordo com o período natural dos ciclos solares, atingiremos seu pico de
atividade em 2025, quando novamente as atividades voltam a declinar.
Monitorar
estas atividades solares é importante não somente para compreender o mecanismo
de funcionamento do Sol, mas também porque estes picos de atividade afetam a
vida na Terra, podendo interferir em satélites, comunicações e também na rede
elétrica. Pilotos de avião e
astronautas, como os que estão na Estação Espacial Internacional, também estão
suscetíveis às altas radiações emitidas em atividades acentuadas, já que a
atmosfera ausente nessas altitudes atenuaria as radiações, agindo como um
filtro natural.
As fotos foram feitas por Gilberto Dumont utilizando uma câmera planetária conectada em foco primário em um dos telescópios do observatório, com 200 mm de abertura. Foi utilizado um filtro solar específico para este tipo de observação.
NUNCA
OLHAR OU APONTAR TELESCÓPIO DIRETAMENTE PARA O SOL SEM O FILTRO ADEQUADO OU A
EXPERIÊNCIA NECESSÁRIA PARA OBSERVAÇÃO SOLAR. OS DANOS À VISÃO PODEM SER
IRREVERSÍVEIS.
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