Por isso amamos a ciência!
A
detecção se deu através de observações com o radiotelescópio James Clerk
Maxwell no Hawaí e depois acompanhado pelo observatório ALMA (Atacama Large Millimeter Array) no
Chile, com identificação, através de linhas espectrais, para a fosfina em ambos
telescópios.
A
espectroscopia é uma técnica bastante conhecida e há anos utilizada na
astronomia. Cientes da necessidade de se extrair os ruídos nas informações
recebidas, os astrônomos resultaram com o que segundo eles, foi significativo
para caracterizar como detecção da fosfina.
Porém,
o crivo da ciência é pujante, e só é bem aceito ou considerado verdade aquilo
que recebe respaldo através de outros estudos. E é justamente aqui que a
questão da fosfina se torna polêmica.
O
astrofísico Ignas Snellen, da Universidade de Leiden, na Holanda, juntamente
com outros astrônomos, decidiu revisar a análise de redução dos ruídos dos
dados obtidos pelo ALMA no estudo inicial. Nesta revisão não se identificou a
presença de fosfina, concluindo que o estudo anterior não fornece uma base
sólida para a afirmação de uma descoberta.
A comissão de Astrobiologia da União
Internacional de Astronomia criticou com veemência a publicação do primeiro
estudo. É um dever ético de qualquer pesquisador manter o rigor científico
antes de dirigir-se à mídia para pronunciamento de uma descoberta. O anúncio da
presença de fosfina, agora questionada por outros trabalhos, ganhou repercussão
nos meios de comunicação do mundo todo à época. Isso porque uma das
possibilidades de origem da molécula, seria a presença de vida microbiana
naquele planeta. Assim, a ciência mais uma vez firma seus alicerces, sem viés,
onde dados de uma pesquisa, teoria ou hipótese só se tornam válidos, quando
revisados e testados por outros estudos.
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