Lado oculto da Lua - Imagens capturadas pela câmera WAC da LROC em projeção ortográfica centrada a 180º de longitude e latitude 0º.
Crédito: NASA / Goddard / Arizona
Comumente apelidado de “face lunar”, o lado visível da Lua surgiu
quando asteroides atingiram o lado voltado para a Terra, criando extensas áreas
planas de basalto conhecidas como “mares”.
Estas áreas escuras que percebemos no lado da Lua voltado para nós não estão presentes no lado oculto da Lua, onde predomina montanhas e crateras somente.
Este mistério intrigou os cientistas no final da década de 1950,
quando a sonda soviética Luna 3 enviou para a Terra as primeiras imagens do
lado oculto da Lua. A área, então apelidada como “o lado escuro da Lua” (the
dark side of the moon) era evidenciada pela falta dos “mares” tão presentes na
face visível aqui da Terra. Embora o apelido faça uma referência ao “escuro”,
vale lembrar que ambas as partes da Lua são iluminadas pela luz solar.
Arpita Roy et al (2014),
da Universidade da Pensilvânia, determinaram que a ausência de mares na área
oposta da Lua tem origem na diferença da espessura da crosta entre o lado
visível da Lua e o lado oculto, consequência do processo de formação lunar.
Crédito: NASA
A teoria mais aceita sobre a origem da Lua é que provavelmente ela
se formou pouco depois da Terra, como resultado de uma colisão entre um objeto
do tamanho de Marte e a Terra primitiva. Nesta colisão, objetos expelidos para
o espaço criaram um disco disforme de magma, rocha e vapor, originando a Lua.
Neste processo a Lua estaria entre 10 e 20 vezes mais próxima da
Terra e assumindo uma sincronicidade de sua rotação e translação ao redor do
nosso planeta.
Sendo a Terra naquele instante muito mais quente que a Lua, houve
a propagação de calor na direção do lado visível, o qual se manteve derretido
por muito mais tempo enquanto o lado oculto acabou por esfriar mais rápido,
originando uma diferença de temperatura entre suas faces. A crosta da face
oculta da Lua também apresenta maior quantidade de minerais como feldspatos de
plagióclase, caracterizando assim uma superfície mais espessa originada pela
condensação de minerais como alumínio e cálcio na região que se resfriou
primeiro.
No início do processo de resfriamento da Lua, asteroides atingiram
a sua superfície. No lado visível e mais quente estes objetos perfuraram a
crosta mais fina liberando lagos de lava basáltica formando os mares lunares.
Ao mesmo tempo, os asteroides que atingiam o lado oculto da Lua encontravam
resistência na espessa superfície, não ocorrendo o vazamento de magma.
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