A mitologia das Plêiades (aglomerado M45).

Imagem: Jerry Lodriguss 

Processamento: Gilberto de Melo Dumont

"As Plêiades cujas estrelas são estas: a amada Taigeta, 

Electra de face escurecida, Alcíone e a brilhante Asterope, 

Celeno, Maia e Merope, que o grande Atlas gerou...

Nas montanhas de Cilene, ela (Maia) desnuda Hermes,

o mensageiros dos deuses" 

Hesíodo, "Fragmentos de Astronomia 1'

(from Scholiast on Pindar's Nemean 

Odea 2.16) (trans. Evelyn-White) (Épico grego do 8o ou 7o século a. C.)

O aglomerado das Plêiades é um dos agrupamentos de estrelas de maior destaque nos céus desde tempos imemoriais. Este conjunto de estrelas, envolto em uma nebulosidade bastante tênue, proporciona um aspecto singular em locais distantes da poluição luminosa. Ainda com instrumentos óticos, esta nebulosidade é pouco visível, tornando-se destacada ao utilizarmos a técnica fotográfica de longa exposição.

Na antiga Grécia as Plêiades foram conhecidas como "as sete ninfas filhas do titã Atlas. A líder era Maia, a mãe de Hermes (cujo pai era Zeus). As outras cinco, também amadas pelos deuses, tornaram-se ancestrais de várias famílias reais, incluindo as de Troia e Esparta. Quando foram perseguidas pelo gigante Órion, Zeus as colocou entre as estrelas na forma da constelação das Plêiades. Derivado do grego "pleiôn", traz o significado de "bastante". Essa não é a única versão grega para a mitologia das Plêiades.

Nomes e significado de cada uma das componentes.

Diante de tamanha apreciação, este asterismo não ficaria sem citação na bíblia, onde no Velho Testamento Jó escreveu o seguinte: 

"Ele é o Criador da Ursa e do Órion,

das Plêiades e das constelações do sul."

(Jó 9:9)

Em praticamente todas as culturas esse aglomerado foi evidenciado. Assim, alguns nomes para as Plêiades são:

Mao (昴) ou a cabeça cabeluda do tigre branco do ocidente (Chinês); 

Kimah: o aglomerado (כימה). (Hebreu); 

Al-Thurayya: o aglomerado (الثريا). (Árabe); 

Subaru: 'as reunidas'. (Japonês). Esse nome acabou virando marca de veículo; 

Kungkarungkara: a mulher ancestral. (aborígene australiano: tribo Pitjantjatjara); 

Khuseti: as estrelas da chuva, ou as que carregam chuva. (África do sul: tribo Khoikhoi) 

Tianquiztli: o "mercado" ou o "lugar de encontro" (Asteca).

Para os antigos egípcios, as Plêiades representavam a deusa Net ou Neith, "a divina mãe e senhora do céus".

As ancestrais: conforme eram reverenciadas por uma antiga tribo paraguaia (Abipones). 

Para os antigos celtas, as Plêiades estavam associadas aos mortos:

Para os povos da idade do bronze na Europa, tais como os Celtas (e, provavelmente, muito antes deles) as Plêiades estavam associadas ao luto e aos funerais já que, nessa época da história, o intervalo entre o equinócio de outono e o solstício de inverno, que era uma festividade dedicada à lembrança dos mortos, marcava a ascensão no leste desse aglomerado no céu à medida que o sol se punha a oeste. Foi por causa desse nascimento acrônimo que as Plêiades foram associadas ao luto e às lágrimas. Por causa da precessão com a passagem dos séculos, as Plêiades não mais marcam o festival, mas a associação permaneceu e pode ser responsável pelo significado astrológico das Plêiades.

Portanto, há uma associação entre as Plêiades e o 2 de Novembro, assim como o Halloween. Note que as Plêiades também foram chamadas "as irmãs chorosas", pois, para os povos do mediterrâneo, sua ascensão marcava o período chuvoso.