21 de Dezembro de 2012. Para quem se lembra essa era a data prevista por uma previsão Maia do fim do Mundo. Antes, e os mais antigos irão se lembrar, o fim do Mundo seria na virada do "século", e assim a chegada do ano 2000 trazia uma nova reformulação das teorias apocalípticas. Na verdade, muitos não se atentavam que a virada do século se dava de 2000 para 2001. Houve também uma senhora de Wisconsin (E.U.A), de nome Nancy Lieder, que dizia que quando criança fora contactada por extra terrestres cinzas (Zetas) e que estes implantaram um dispositivo de comunicação em seu cérebro. Nancy fundou a ZetaTalk em 1995, e em 1997 divulgou uma colisão catastrófica da Terra com um objeto planetário prevista para 2003, chamando-o naquela ocasião de "Planeta X". (O Sistema Solar nessa época tinha nove planetas (Plutão foi reclassificado como planeta-anão somente em 2006 pela União Astronômica Internacional (IAU), e esse objeto que "se aproximava" foi considerado como o décimo planeta - Planeta X).
O discurso de Nancy ganhou força com a passagem do Cometa Hale-Bopp (C/1995 O1), onde dizia que não se tratava de um cometa e sim de uma estrela, mas que os controladores do establishment (ordem mundial) estavam desviando a atenção das pessoas para esta catástrofe. Para os astrônomos, inclusive amadores , o Hale-Bopp foi um sucesso (o Cometa teve a participação de um astrônomo amador em sua descoberta - Thomas Bopp). O maior e um dos mais brilhantes visto no século XX surpreendeu com seu brilho intenso, e mais uma vez o desconhecimento científico gerou preocupação e temor em parte da população, fazendo correr boatos de que uma nave extraterrestre acompanhava o Cometa. Os boatos e a excentricidade do brilho do Cometa foram o bastante para desencadear uma onda de suicídio em massa entre os seguidores de uma seita (Heaven's Gate).
Imagem: Google Imagens
Como já sabemos em 2003 nada ocorreu, e Nancy explicou que essa sua previsão foi uma trapaça para despistar o establishment, e que sabia a data da colisão mas não revelaria por motivos necessários. Assim esse Planeta X logo foi associado ao "previsto" anteriormente na década de 70 por Zecharia Sitchini, e denominado de Nibiru. A teoria de Sitchini era diferente, abordando que alienígenas de Nibiru tinham visitado a Terra, alterado os humanos primitivos geneticamente além de os escravizados. Embora Sitchini nunca tenha relacionado a colisão do seu "astro imaginário" com a Terra, Nancy Lieder aproveitou a popularidade do boato de Nibiru para associar o seu Planeta X.
Assim como o Mundo, o hoax também não acaba em 2003!
Assim como o Mundo, o hoax também não acabou em 2013. Em 2016 o escritor norte-americano David Meade publica Planet X - The 2017 Arrival ("Planeta X - A Chegada em 2017), prevendo que um novo fim do mundo aconteceria em 23 de setembro de 2017. Novamente outra publicação também sem embasamento científico. Provavelmente teremos previsões falaciosas nos próximos anos, isso faz parte da imaginação humana e acompanha o homem desde a antiguidade.
A Ciência Explica!
Se depender dos motivos acima para o fim do mundo, continuaremos aqui por bastante tempo. Planetas assim como Júpiter, Saturno ou até mesmo menores como Vênus, que possui 80% do tamanho da Terra, são facilmente observáveis da Terra a olho nu. Se algum astro das dimensões imaginadas estivesse próximo, certamente já teria provocado alterações visíveis no Sistema Solar e nas órbitas dos outros planetas. A Ciência rejeita estas teorias. Geralmente elas se espalham facilmente pois atuam no pânico e na falta de conhecimento.
Há uma abordagem da possibilidade da existência de um décimo planeta no nosso Sistema Solar, porém desacreditada por grande parte dos Astrônomos. Para entender esse processo, retornaremos à 1846. Alguns astrônomos verificaram uma perturbação na órbita de Urano, e deduziram que esta órbita estava sujeita à uma perturbação gravitacional de algum planeta desconhecido. Ao estimarem a localização deste possível planeta, através de cálculos matemáticos Netuno foi descoberto em 23 de setembro de 1846. Há controvérsia sobre os cálculos, onde alguns atribuem coincidência dos cálculos com as observações. Da mesma forma, sabemos que há uma perturbação na órbita de Netuno. Ao descobrirem Plutão, os astrônomos inicialmente atribuíram a ele esta perturbação, porém, dado as dimensões pequenas de Plutão refutaram esta possibilidade. Alguns astrônomos passaram a atribuir esta perturbação à própria região do Cinturão de Kuiper, outros acreditam que possa existir um décimo planeta ainda não descoberto e que tenha dimensões suficientes para provocar a perturbação identificada na órbita de Netuno. Ainda que exista um planeta ainda não descoberto, pela Lei da Órbitas (1ª Lei de Kepler), é impraticável que a órbita desse planeta coincida com a órbita do planeta Terra, refutando portanto a falácia desta colisão catastrófica e apocalíptica. O risco de alguma colisão não é descartado e é motivo de preocupação no meio científico, porém com corpos de dimensões menores (asteroides) mas que poderiam causar extinções em massa, como ocorreu com os dinossauros.
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