O primeiro acidente aéreo de Patos de Minas (cidade onde nasci e vivo atualmente) aconteceu em 30 de agosto de 1948. Ocasionou a morte de Caio, piloto da aeronave, e dos passageiros que transportava: o patense José AdalardoBelluco (23 anos) e um amigo de nome Luís. Ambos moravam em São Paulo e tinham vindo a Patos de Minas para visitar alguns parentes e amigos.
Conforme o site www.efecadepatos.com.br do Sr. Eitel Teixeira Dannemann, o qual retrata fatos históricos da cidade, naquele dia, por volta das onze e meia da manhã, Clóvis Simões da Cunha conversava com alguns amigos à porta de sua indústria localizada na Rua Dona Luíza, quando o pequeno avião passou por onde o grupo estava reunido buscando ganhar altura. A aeronave havia decolado do aeroporto que ficava ali bem perto, em um terreno onde hoje funciona a Escola Estadual Zama Maciel. Evaldo Belluco era um dos que participavam do bate-papo e informava aos demais companheiros da presença do irmão que voltava na aeronave a São Paulo. Segundos depois presenciaram o teco-teco fazendo uma curva de grande inclinação, como se o piloto pretendesse voltar ao aeroporto. Todos pressentiram que algo não estava certo. Logo após o avião picou em atitude acentuada e desapareceu por trás dos telhados das residências e logo em seguida ouviu forte estrondo. O grupo de amigos juntou se na carroceria de uma camionete na Avenida Brasil (onde hoje funciona o Bretas) e dirigiu-se em direção à Avenida Getúlio Vargas. Ao chegar diante da Escola Estadual Marcolino de Barros, todos assustaram com a cena trágica que tinham diante dos olhos.
Com parte na calçada e parte na rua (na ilustração fornecida pelo MuP – Museu da Cidade de Patos de Minas, Casa de Olegário Maciel ao site www.efecadepatos.com.br ) estava o monomotor em chamas. Um forte poste de aroeira havia interrompido a trajetória da queda, e por isso não alcançara o prédio da Escola, àquela altura lotada com os alunos do turno matutino. Várias pessoas tentavam em vão apagar o fogo, que quando controlado já havia consumido tudo. Os três corpos na cabine estavam carbonizados. No dia deste trágico acidente, o Circo Teatro Bibi apresentava-se na cidade instalado na Praça Antônio Dias, e em homenagem póstuma às vítimas do acidente suspenderam a apresentação daquela noite, estendendo sobre a lona principal uma enorme faixa preta. Ainda dentro do tema Aviação, o autor Eitel T. Dannemann nos apresenta em seu site breve relato sobre a evolução dos campos de aviação na cidade, onde o aeródromo citado no acidente acima (devido à insuficiente capacidade de suportar o tráfego da época, a falta de cerca, possibilitando a entrada de animais, automóveis e pessoas) tornar-se-ia antiquado. Em 1955 foi inaugurado um novo campo de aviação na região, saindo de onde é hoje a Escola Zama Maciel (Escola Estadual) para onde hoje é o Bairro Planalto. Este possuía pista com 1200 metros de comprimento, macadamizada (1), ótima colocação em relação às correntes de ar e situação geográfica. Foi útil até a década de 90, quando também apresentou problemas de saturação.
“Deixou de funcionar após a inauguração do Aeroporto de Patos de Minas Pedro Pereira dos Santos, no km 234 da Rodovia BR-354. Hoje no local funciona a Escola Municipal Marluce Martins de Oliveira Sher, sendo que o prédio da recepção foi tombado através do decreto 2.598 de 25 de novembro de 2003. Na segunda metade da década de 1970 recebeu o nome de Estação Aeroportuária Comandante José Portinho, homenagem ao patense José Porto (irmão de Elvira Porto), piloto particular de várias empresas na região do Triângulo Mineiro. Faleceu aos 31 anos em 14 de junho de 1975, vítima de acidente rodoviário entre Uberaba e Uberlândia.”
(1) Pista Macadamizada refere-se a um tipo de pavimento que conseguia manter-se com ótima capacidade de escoamento da água das chuvas. Possui este nome por derivar do sobrenome do engenheiro que a criou ( John Loudon McAdam). Consiste em uma sobreposição de pedras que forma um ótimo pavimento, porém o atrito entre as pedras fazia com que se formasse um pó no fundo das pistas ou estradas, e quando os veículos passavam formava uma densa cortina de poeira.
Fonte: www.efecadepatos.com.br
Certinho o relato deste trágico acidente. O Luiz era meu tio, irmão de minha mãe. Anda temos fotos dos 3 em frente ao avião, minutos antes da decolagem
ResponderExcluirOlá Ivete, obrigado pelo comentário e meus sentimentos pelo fatídico. Veiculei a notícia por dizer respeito a minha cidade e também por eu ser piloto. Ficaria feliz se você pudesse me enviar a foto dos três frente ao avião, gostaria de conhecê-los ainda que por foto. Abraços e seja bem vinda ao blog.
ExcluirCom minha visita a este site voltei no tempo, relembrando a história de minha família e do triste acontecimento em Patos de Minas. Ivete melotti
ResponderExcluirVocê sabe dizer qual foi o modelo da aeronave acidentada?
ResponderExcluirOlá Victor! Infelizmente referem-se à aeronave como teco-teco, mas não falam o modelo.
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