Para um melhor entendimento sobre a utilização dos
motores no âmbito aeronáutico, devemos primeiramente saber diferenciar os tipos
de máquinas disponíveis. Estas máquinas, capazes de produzirem energia mecânica
a partir de outros tipos de energia, são denominadas motores.
O motor elétrico transforma a energia elétrica em
energia mecânica. O motor dos aviões tradicionais transforma a energia
calorífica do combustível em energia mecânica (movimento de rotação da hélice
ou movimento do avião no caso dos motores a reação).
Aos motores que transformam energia calorífica em
energia mecânica, damos o nome de motores térmicos.
Os motores térmicos ainda podem ser classificados
em:
a)
Motores
de combustão externa
b)
Motores
de combustão interna
No motor de combustão externa, o combustível é
queimado fora do motor, e tem como vantagem aceitar qualquer tipo de
combustível, mas não pode ser usado em aviões, pois é demasiadamente pesado.
Como exemplo tem o motor a vapor. Já no motor de combustão interna, o combustível
é queimado no interior do motor. Esse motor pode desenvolver alta potência e
ser ao mesmo tempo leve sendo, portanto vantajoso para o uso aeronáutico.
Quanto ao sistema de propulsão, classificamos os aviões
em dois principais grupos:
b) Aviões a reação
Nos aviões a hélice, o motor não produz diretamente a tração, sendo esta exercida através da hélice, baseando-se na Lei da Ação e Reação, onde grandes massas de ar são impulsionadas a velocidades relativamente pequenas. Os motores usados para girar a hélice podem ser também de dois tipos:
Nos aviões a reação os motores impulsionam o ar diretamente. Massas de ar relativamente pequenas são impulsionadas a grandes velocidades, contrariamente ao modelo dos motores à hélice. Os principais tipos de motores à reação são:
Motores a Pistão
O motor a pistão é usado praticamente em todos os
aviões de pequeno porte. Sua constituição assemelha-se aos motores dos
automóveis, porém com refinamentos necessários às finalidades aeronáuticas,
tais como segurança de funcionamento, durabilidade, ausência de vibrações,
economia, facilidade de manutenção, compacidade, eficiência térmica (relação
entre potência mecânica produzida e a potência térmica liberada pelo
combustível) e leveza.
Este motor é eficiente em baixas velocidades e
altitudes, mas sua maior vantagem é o baixo custo.
Motores
Turbojato
Neste tipo de motor, o ar admitido é impulsionado
num fluxo de alta velocidade, utilizando a energia expansiva dos gases
aquecidos pela combustão. É antieconômico e ineficiente em baixas altitudes ou
baixas velocidades, por isso seu uso é mais apropriado para aviões
supersônicos.
Motor
“Turbofan”
Este motor é constituído por um turbojato acrescido
de um “fan” (ventilador, em inglês). O “fan” executa uma função de hélice com
características especiais, criando um fluxo de ar frio que se mistura com os
gases quentes do jato principal. As vantagens do mesmo são a elevada tração, a
grande economia de combustível e o baixo ruído. Devido a isso é o tipo de motor
mais utilizado nos aviões de alta velocidade atualmente.
Motor
Turboélice
É um motor turbojato modificado, onde a energia do
jato, em sua grande parte, é aproveitada para girar uma turbina que aciona uma
hélice através de uma caixa de engrenagens de redução. É um motor viável para
velocidades intermediárias entre as dos motores a pistão e os motores “turbofan”.
Concluímos com a leitura acima que as
características dos motores adequam-se a diferentes faixas de velocidades e
altitudes. Avaliando em ordem crescente de velocidade e altitude, é indicado o
motor a pistão, o turboélice, o “turbofan” e o turbojato.
A segurança dos motores depende de uma cuidadosa
manutenção, que geralmente compreende a inspeção periódica, onde os motores
devem ser inspecionados em determinados intervalos medidos em horas de voo, e
também realizados serviços como troca de óleo, limpeza ou substituição de
filtros, regulagens, e a inspeção geral, onde após determinado número de horas
de voo (conhecido como durabilidade) o motor sofre revisão geral, sendo
desmontado para verificação e substituição de peças desgastadas ou danificadas.
Os períodos entre inspeções e o número de horas para revisão geral são
determinados pelo fabricante do motor e não do avião.
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