Não há quem se interesse por aviação que não tenha
ouvido falar de materiais compósitos (ou compostos) e de sua importância no uso
aeroespacial. São eles, estruturas que possuem pelo menos dois componentes ou
duas fases. Separadamente os constituintes do compósito mantém suas
características, porém quando misturados eles formam um composto com
propriedades impossíveis de se obter com apenas um deles. Alguns exemplos são a
mistura de metais e polímeros, metais e cerâmicas ou polímeros e cerâmicas.
Sua crescente utilização, decorrente da corrida
espacial, pode ser identificada nos mais recentes lançamentos da indústria
aeronáutica: o Boeing 787 e o Airbus A380, os quais possuem tais materiais na
composição estrutural de muitos de seus componentes. A Bombardier também usou e
abusou, não sem consciência, logicamente, do uso de compósitos no programa do
Learjet 85. Segundo a companhia, há uma lista de vantagens na utilização dos compósitos:
superfícies mais lisas, favorecendo a aerodinâmica; estruturas sem rebites,
gerando menos turbulência em comparação às peças de metal; resistência
aerodinâmica; redução de ruídos; uma melhor relação resistência/peso em relação
ao metal; redução da necessidade de manutenção devido sua resistência à
corrosão, o que prolonga a vida útil da aeronave e ainda dentro do projeto do
Learjet 85, uma construção da fuselagem em peça única, melhorando o fluxo de
produção dentro da empresa.
Bem
difundida, é a ideia de que os materiais compósitos são a última palavra em
tecnologia de materiais aeronáuticos, e não poderia ser diferente, já que
reúnem duas propriedades de fundamental importância no setor: Alta resistência
e baixo peso. O impacto destas características reflete principalmente no baixo
consumo de combustível e consequentemente na diminuição da emissão de gases do
efeito estufa.
No Brasil, a Embraer já vem utilizando materiais
compostos na fabricação de suas aeronaves há muito tempo. Outra empresa
brasileira que tem apostado na utilização desta tecnologia é a Aeroalcool Tecnologia
Ltda., fundada pelos engenheiros aeronáuticos Omar José Junqueira Pugliesi e
James Rojas Waterhouse, doutor em engenharia na área de material composto. A
empresa vem produzindo dois projetos brasileiríssimos, o Quasar Lite e o Quasar
Fast, onde até os freios e rodas são de materiais compostos.
Não há dúvidas de que os materiais compósitos
vieram para ficar, embora seu emprego em grande escala na indústria aeronáutica
ainda esteja amadurecendo.
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